O futuro passa por aqui |
16-Jan-2009 | |
Texto de Isabel Faria, Subscritora da Moção C
Faltou-nos a maioria das vezes
arrojo, dedicação, entusiasmo, clareza e consistência política. E há que, sem
complexos e sem tabus, assumir autocriticamente a nossa passagem pela maioria das
autarquias.
O caso paradigmático de Lisboa, acabou por ser, afinal, apenas mais um caso em que a falta de consistência política, agravada pela importância de Lisboa, pelas expectativas criadas, por ser a primeira vez que o Bloco se estreava numa experiência de Poder e logo na capital do País, não mudando a cidade, nada de positivo trazendo para o Bloco faz com que o saldo final seja claramente negativo. As propostas que apresentamos para 2009 são claras: um Bloco combativo, alternativo, interveniente, claro, consistente e socialista. A clareza não se compadece com enigmas, com recados, com tibiezas, ou com experiências. A clareza passa por programas políticos e por pessoas empenhadas na sua defesa. A política autárquica do BE tem que passar por um programa de denúncia da corrupção e dos esquemas financeiros, de devolução das cidades às pessoas, de justiça social, de defesa da qualidade de vida, de democracia e de participação. A postura do Bloco terá que ser, pois, a de voltar a calcorrear terreno firme, apostando em candidaturas próprias com programas claros. Em caminhos seguros. Sendo oposição a Sócrates e à Direita. Sendo alternativa àquilo e àqueles que fizeram da maioria das nossas autarquias, ao longo de sucessivos e variados mandatos, o que elas são hoje - tristes, vazias, abandonadas, sem vida, à mercê de interesses imobiliários e comerciais. Tal como o País, com o futuro sempre adiado. Na hipótese de o Bloco não se com apresentar listas próprias e apoiar listas de cidadãos, a unidade ou a convergência tem que se basear em princípios claros e transportar programas que não colidam com o nosso programa, com os nossos objectivos nem com os nossos compromissos. O trabalho de organização que temos pela frente só é possível se mobilizarmos vontades e recuperarmos entusiasmo, escrevia no início do texto. Uma e outro são incompatíveis com incógnitas e com terrenos movediços, ouso acrescentar. A alternativa de Esquerda à Direita, ao PS mas também às gestões da CDU passa por nós. Espero que na Convenção todos reiteremos a nossa vontade e a nossa disponibilidade para a criar. Sem tibiezas nem hesitações. Isabel Faria |