A diferença deve ser a prática não a teoria,
26-Jan-2009

a.jpgporque primeiro estão os professores e as professoras

Os fortes ataques dirigidos à classe docente têm levado os sindicatos deste sector a grandes movimentações para dar repostas rápidas e contundentes em defesa da classe docente.

Texto de Albertina Pena, subscritora da Moção A 

Os e as dirigentes sindicais do Bloco, neste sector, têm procurado através da sua acção directa estar quotidianamente nas escolas com os/as colegas, em situações politica e sindicalmente adversas, enfrentando uma ditadura resultante de uma maioria absoluta, que intimida, catapultando o medo e o caos para as escolas.

Os e as dirigentes sindicais do Bloco de Esquerda têm apresentado propostas e têm contribuído para a diferença na luta, trabalhando efectiva e quotidianamente para a construção de pontes entre movimentos e sindicatos, para a democracia em cada escola, fazendo com que as decisões tomadas sejam efectivamente as que resultaram das vontades expressas em cada escola, não se demitindo nunca de dia a dia tentar fazer um sindicalismo diferente, combativo e democrático.

Com a ideologia e a diversidade de pensamento das pessoas que têm vindo a participar no movimento sindical, estes e estas nunca se alhearam dos problemas, nem recearam o combate e a diferença. Sempre procuraram naturalmente integrar e protagonizar diversas frentes de trabalho e dar confiança, para a luta, à classe.

A defesa da escola pública não se faz apenas num único caminho. No Bloco de Esquerda a defesa da escola pública tem sido feita em várias frentes, sendo que a exigência pela qualidade da mesma não se esgota, nem pode esgotar-se num único sentido. Diversas frentes só podem servir para enriquecer e tornar mais abrangente o leque da acção. Existem diversas formas de cada um e cada uma estar na luta, sem que isso signifique que perderam a ideologia e os princípios que os movem.

As lutas, as acções e as batalhas não se fazem apenas porque se enunciam, fazem-se porque nelas se esteve, se está e se estará. O que move os/as dirigentes e delegados/as sindicais do Bloco não é o protagonismo das suas acções mas a eficácia e justeza das mesmas, respeitando em cada momento e local a vontade expressa dos/as associadaos/as e mostrando a cada colega que com participação é possível fazer, é possível mudar e é possível ganhar um sindicalismo democrático, plural e participativo.

Penso que mais que qualquer outro partido, o Bloco, através dos seus elementos, tem contribuído para alguma diferença no movimento sindical, mesmo tendo que enfrentar as “artimanhas” do PC para inibir e impedir a participação de vozes diversas.

Valorizar o nosso trabalho sindical em interligação com os movimentos sociais, exige que não se valorize ou guetize só um ou só outro, o que seria um excelente serviço ao modelo PC que nós rejeitamos.

No entanto, há que reconhecer que ainda muito há a fazer e de aperfeiçoar a nossa articulação, organização e resposta. Para tal, será necessário que mais pessoas se juntem ao movimento sindical, que mostrem disponibilidade para o trabalho quotidiano, para o pensamento e para as alterações desejadas. 

O caminho a fazer deve ser escolhido por nós e nunca de forma  a entregar o sindicalismo  a quem não defende os interesses da classe.

Demitir-se de participar é entregar e fazer a vontade ao PC e ao PS, pois sem dúvida a luta ficará enfraquecida e singular.

A burocracia não pode ser apenas uma palavra que se enuncia de bancada. Para alterá-la, é necessário trabalhar, participar e partilhar.