A força do Bloco para os trabalhos mais difíceis
24-Jan-2009

a.jpgO Bloco de Esquerda está mais forte do que há dois anos atrás.

Texto de Francisco Louçã, subscritor da moção A

Os factos são claros. Está mais forte porque tem mais militantes, porque tem mais implantação, porque afirmou uma alternativa socialista na confrontação com o governo e o poder económico. Está mais forte porque apoiou e desenvolveu movimentos e lutas sociais, que criaram novos protagonismos no país, com as lutas do precariado, dos desempregados e desempregadas, da imigração, dos direitos LGBT, ou outros. Está mais forte porque escolheu alvos concretos e não se enganou: os escândalos do BCP, BPN e BPP, a exploração e a precarização, a desigualdade e a pobreza. Estamos mais fortes porque há uma esquerda nova para toda a luta socialista.

O Bloco está mais forte também porque desenvolveu a sua capacidade de debate e afirmação ideológica. O Socialismo 2007 e 2008, juntando centenas de pessoas, a revista Vírus, lida por milhares, novos modos de comunicação como o Esquerda.Net ou outras iniciativas plurais como o Congresso Marx, reuniram quem se quis juntar para discutir livremente. Na Convenção, discutem-se as alternativas que os militantes escolhem livremente. E, se é verdade que, na sociedade da passividade, a pressão contra a participação é esmagadora e nos afecta, é através deste caminho de criação de debate de ideias que se alarga a democracia em que todas e todos dão a sua opinião.

Mas o Bloco está mais forte ainda por uma outra razão. E qualquer militante social sabe qual é. O Bloco é parte determinante na luta política: queremos construir uma força dirigente na esquerda e no país, para afirmar a alternativa socialista.

Essa é a força do Bloco. E é a força que contagia, que comunica e que dialoga com todas as esquerdas que se opõem ao situacionismo. Foi essa força que se sentiu na Aula Magna, entre tanta gente diferente.

Só essa força de convicção e de acção permite – e torna obrigatório – um trabalho ambicioso de convergência. É o que o Bloco tem ajudado a fazer. Sempre com um critério, o da luta de classes: por isso nos juntamos com quem votou contra o regime social imposto pelo Código do Trabalho. Por isso rejeitamos os esquemas sectários que rejeitam sempre a unidade ou que a tornam um fingimento. Se queremos, e queremos, uma alternativa para a política, é por aí que o Bloco tem que ir: como força de alternativa, como força de propostas claras para o país, como força de convergências em nome de um programa de alternativas. Disso dirá a Convenção.