As confusões e as cabeças
21-Jan-2009

a.jpgAs relações do Bloco com independentes, as acções comuns com pessoas como Manuel Alegre ou Carvalho da Silva, as possíveis plataformas políticas comuns ou a relação com o PCP têm marcado muitas das saudáveis polémicas deste partido democrático e plural.

 

Texto de Victor Franco, subscritor da Moção A 

Importa tomar bem sentido no seguinte: a moção A tem uma táctica política, quer fazer alianças de oposição contra o neoliberalismo do governo PS a partir, entre outras, da questão dos serviços públicos. E porquê?

Porque os serviços públicos representam hoje o centro da acumulação capitalista e da retirada do salário indirecto aos cidadãos; porque os serviços públicos representam uma linha ideológica diferenciadora entre esquerda e direita e está a causar fracturas e divisões numa “internacional socialista”/PS que capitulou e se vendeu por completo ao capitalismo especulativo e selvagem; porque é uma luta que tem amplitude de massas e é percebida por milhões de pessoas; porque é uma luta que ajuda a dinamizar os movimentos sociais de luta e a acção popular de base…

Seguindo essa linha procuram-se alianças para sermos mais fortes, para dar um pouco mais de confiança à massa submetida ao medo, para procurar juntar energias de oposição ao governo, para procurar a sua derrota ou pelo menos reduzir a sua base de apoio, para procurar dividi-lo porque muitos dos “sociais-democratas” ou “socialistas de origem” – não sendo anti-capitalistas estão em desacordo com este caminho que o PS segue. Isto é uma linha política clara e coerente com os princípios fundadores do BE.

O centro político da moção C assenta na proposta dum programa anti-capitalista a Alegre e ao PCP – para um futuro governo. Essa proposta, se saísse vencedora nesta convenção, duraria 1 minuto – porque seria imediatamente rejeitada pelos destinatários. E então teríamos que fazer outra convenção para inventar outra linha.

Todos conhecemos a matriz ideológica de Manuel Alegre e por aí estamos conversados. Todos conhecemos a linha do PCP: atacar o BE. Como demonstrou o recente congresso do PCP este entende-nos como inimigo. O PCP não quer unidades ou alianças. Relações com outros partidos, só no quadro da CDU. Será que os camaradas da moção C querem o BE tratado como o PEV dentro da CDU?

A linha Jerónimo de Sousa, só conhece as palavras mandar, controlar, dirigir… O partido dirige tudo, é a linha stalinista.

A matriz que fez o sucesso do Bloco deve continuar: já não esperamos nada do PS e não ficamos à espera do PCP.