Eleição de delegados ou “primárias” |
11-Jan-2009 | |
A eleição de delegados por listas limita a liberdade individual dos delegados, e traduz na prática uma forma camuflada de eleições “primárias”, tipo as norte-americanas, ou por outras palavras, as decisões que deviam ser tomadas em Convenção são feitas muito antes, pois os delegados sentem-se obrigados, moral e politicamente, a aprovar o que a sua moção preconiza.
Texto de António Sequeira, Subscritor da Moção B
Propicia-se, assim, que os trabalhos da Convenção se tornem
mais uma rotina, para cumprir a lei dos partidos, e não uma forma de discussão aberta
em que os delegados deviam ser os principais intervenientes.
O próprio significado de Convenção é posto em causa. A eleição de delegados às convenções, devia nortear-se pela militância e empenho que os aderentes demonstram entre convenções, independentemente do apoio expresso às diferentes moções. Esta prática, que se desenhou a partir da IV Convenção, tem demonstrado um esmagamento das opiniões minoritárias, inviabilizando, assim, o livre expressar de todos os aderentes/militantes. Tal, tem acarretado alguns resultados muito negativos. Entre eles: - a divisão dos militantes de base (núcleos) que, como todos sabemos, é um dos primeiros passos para a desmobilização, e consequente afastamento dos mesmos; - convocação de reuniões só para determinados militantes, ligados às moções, esquecendo, deste modo, os que não subscrevem nenhuma moção; - alguns aderentes com perfil e prática de controleiros, “mais papistas do que o papa”, que tentam que só sejam eleitos delegados desta ou daquela moção, ou seja da moção que subscreveram; - a pouca participação dos militantes nos trabalhos das Convenções, como aliás aconteceu na última, em que uma fatia considerável de delegados eleitos faltou aos trabalhos e à votação para a composição da mesa nacional.
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